Por Justin Holcomb
De todas as doutrinas do Cristianismo, nenhuma é mais central que a ressurreição corporal dos mortos de Jesus Cristo. De maneira clara, se Jesus afirmou ser salvador, mas permaneceu morto em um túmulo após uma crucificação brutal, suas declarações eram, e são, vazias. Entretanto, se Jesus de fatoressurgiu dos mortos, então suas declarações sobre deidade, a penalidade de nossos pecados que ele levou em nosso lugar na cruz, e suas afirmações sobre a eternidade são comprovadas.
Sem ressurreição, sem futuro
Sem a ressurreição, os cristãos não têm salvador e são deixados sem esperança de uma ressurreição futura, uma vez que o próprio Cristo não ressuscitou. Paulo escreve em 1 Coríntios 15.14,17: “E, se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé… E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados”. Com essa base apenas, é correto dizer que Paulo via a ressurreição como o eixo central da fé cristã.
Através da história da igreja, a verdade da ressurreição tem sido atacada de todos os ângulos. Novos livros e programas de televisão parecem questionar a verdade da ressurreição, ao reciclar velhas teorias sobre o que aconteceu ao corpo de Jesus. Uma vez que a ressurreição é crucial ao Cristianismo, os cristãos devem estar preocupados em dar uma defesa apologética dela.
Relatos historicamente confiáveis
O primeiro passo para defender a ressurreição dos detratores é estabelecer o fato de que os eventos históricos aconteceram como transmitidos pelos Evangelhos. Como William Lane Craig notou em seu livro Reasonable Faith, “a questão é se as narrativas evangélicas são relatos historicamente confiáveis ou lendas “.
A ressurreição pode ser defendida demonstrando que os relatos evangélicos são:
- Autênticos – eles foram escritos pelos autores que afirmam terem escrito
- Puros – eles não foram alterados de sua forma original
- Verdadeiros – os apóstolos não estavam enganados nem eram enganadores
Mesmo Bart Ehrman, o notório crítico do Novo Testamento, diz que “podemos dizer com certa confiança que alguns dos discípulos afirmaram ter visto Jesus vivo”.
Não apenas um túmulo vazio
Em seu impressionante livro The Resurrection of the Son of God, NT Wright estabelece o fato de que os eventos históricos aconteceram como transmitidos nos Evangelhos. Ele traça um mapa de antigas crenças sobre a vida após a morte tanto no mundo Greco-romano, quanto no mundo judaico. Então, ele enfatiza o fato de que a crença dos cristãos primitivos sobre a vida após a morte pertencia firmemente a um contexto judaico, embora introduzisse algumas mutações novas e definições mais definidas. Isso, junto com outras características do cristianismo primitivo, força o historiador a ler as narrativas de Páscoa nos Evangelhos não simplesmente como racionalizações tardias da espiritualidade cristão primitiva, mas como relatos de dois eventos verdadeiros: o túmulo vazio de Jesus e suas aparições.
Os relatos dos Evangelhos são historicamente confiáveis, não meras lendas mitológicas embelezadas pelo tempo.
Uma defesa da ressurreição deve dar evidências para a validade histórica dos eventos descritos no Novo Testamento, e deve mostrar como a ressurreição de Jesus provê a melhor explicação para esses dados históricos. Nesse texto, focaremos o túmulo vazio de Jesus Cristo.
O túmulo vazio
Uma das partes mais fáceis sobre os dados da ressurreição é estabelecer o fato de que o túmulo está vazio. Porque a localização da sepultura de Jesus era conhecida por aqueles que viviam em Jerusalém, teria sido difícil que as pessoas acreditassem na pregação apostólica da ressurreição de Cristo se não houvesse um túmulo vazio. O enterro de Jesus é largamente atestado em testemunhos primitivos e independentes, tanto bíblicos quanto extrabíblicos.
Além disso, como é frequentemente notado, as mulheres não eram consideradas testemunhas confiáveis na cultura judaica do primeiro século, portanto seria tolice que os autores tivessem construído ficcionalmente um relato envolvendo mulheres a fim de ganhar credibilidade.
Mateus 28.11-15 fala de um mito que se espalhou entre os judeus, a respeito do corpo de Cristo. Aparentemente, os judeus estavam dizendo que os discípulos roubaram o corpo de Cristo. Isso é significante, porque os judeus não negaram que o túmulo estava vazio, mas, pelo contrário, procuraram uma explicação alternativa para a ressurreição. O túmulo vazio é um fato histórico largamente comprovado.
Só o túmulo de Cristo estar vazio não significa necessariamente que a ressurreição aconteceu. De fato, existem quatro hipóteses alternativas para a ressurreição que têm se desenvolvido pelos anos.
Teoria da conspiração
Primeiro, alguns oferecem a hipóteses da conspiração, que diz que os discípulos roubaram o corpo de Cristo e continuaram a mentir sobre sua aparição a eles. Nesse relato, a ressurreição foi uma farsa.
Essa hipótese não é apoiada normalmente entre os acadêmicos modernos por muitas razões:
- A hipótese não leva em consideração que os discípulos acreditavam na ressurreição. É altamente improvável que numerosos discípulos estariam desejosos de dar suas vidas defendendo uma invenção.
- É improvável que a ideia da ressurreição tivesse passado pelas mentes dos discípulos. O estudioso William Lane Craig escreve: “Se seu Messias favorito tivesse sido crucificado, então ou você iria para casa ou você conseguiria outro Messias. Mas a ideia de roubar o corpo de Jesus e dizer que Deus o ressuscitou dos mortos é dificilmente algo que teria passado pela mente dos discípulos”.
- Essa hipótese não consegue explicar as aparições pós-ressurreição de Cristo.
Morte aparente
A segunda hipótese que tenta explicar a ressurreição é a hipótese da morte aparente. Esse ponto de vista diz que Jesus não estava completamente morto quando foi retirado da cruz. No túmulo, Jesus foi reanimado e escapou, convencendo, assim, os discípulos de sua ressurreição.
Esse posto de vista é difícil de sustentar por algumas razões:
- É improvável que um homem semimorto tivesse sido capaz de se levantar para caminhar, quanto mais mover a pedra que selava o túmulo, sobrepujar os guardas romanos e fugir.
- Essa teoria não consegue explicar a alegação dos discípulos quanto à ressurreição de Cristo, pois se eles o tivessem visto depois que ele foi reanimado, teriam simplesmente pensado que ele nunca morreu.
- É tolice pensar que os romanos, que aperfeiçoaram a arte de matar, teriam deixado alguém escapar por não assegurarem que ele estivesse morto.
- Finalmente, dada a tortura física descrita nos relatos evangélicos, é altamente improvável que Jesus pudesse ter sobrevivido.
Túmulo errado
Terceiro, a hipótese do túmulo errado sugere que as mulheres perderam-se em seu caminho e acidentalmente tropeçaram sobre o protetor de um túmulo vazio. Quando ele diz “Jesus não está aqui”, as mulheres estavam tão desorientadas que elas correram e, mais tarde, o relato delas foi desenvolvido em um mito da ressurreição.
Como as outras teorias, virtualmente quase ninguém sustenta essa posição. Existem pelo menos três razões:
- Primeiro, essa teoria não explica as aparições pós-ressurreição e é ilegítimo pensar que um erro simples teria levado um judeu do primeiro século a pensar que uma ressurreição tenha acontecido.
- À luz da evidência primitiva disponível a respeito da localização do túmulo de Jesus, é quase impossível que as melhores pudessem ter confundido sua localização.
- Essa hipótese enfatiza que o protetor do túmulo disse que Cristo não estava ali, mas ignora a frase seguinte: “Ele ressuscitou!”.
Corpo removido
Quarto, alguns propõem a hipótese do corpo removido para explicar a ressurreição de Jesus. Essa teoria diz que José de Arimateia pôs Jesus em seu próprio túmulo, porém, mais tarde, o moveu para o cemitério dos criminosos. Os discípulos não estavam cientes de que o corpo de Jesus foi movido e, portanto, inferiram erroneamente que ele tinha ressuscitado dos mortos.
Devido à natureza espúria dessa teoria, virtualmente nenhum acadêmico moderno a sustenta:
- Essa teoria não pode explicar as aparições pós-ressurreição de Cristo ou a origem da fé cristã.
- É duvidoso que José não tenha corrigido o erro dos discípulos ao simplesmente mostrar onde ele pôs o corpo de Jesus.
- O cemitério dos criminosos, muito provavelmente, era bem próximo ao local da crucificação, portanto faria pouco sentido que José não tivesse simplesmente enterrado Jesus ali, em primeiro lugar. De fato, era contra a lei judaica permitir que um corpo fosse movido depois que já tivesse sido enterrado.
A ressurreição realmente aconteceu
À luz dessas hipóteses falhas que tentam contestar a ressurreição, quem deseja negar a ressurreição de Cristo é deixado com o mistério inexplicável do túmulo vazio após três dias da morte de Cristo.
Fonte: iPródigo
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"Todo aquele que ler estas explanações, quando tiver certeza do que afirmo, caminhe lado a lado comigo; quando duvidar como eu, investigue comigo; quando reconhecer que foi seu o erro, venha ter comigo; se o erro for meu, chame minha atenção. Assim haveremos de palmilhar juntos o caminho da caridade em direção àquele de quem está dito: Buscai sempre a Sua face."
Agostinho de Hipona