Teorias

Teorias da Conspiração: Illuminati, Maçonaria, Nova Era Mundial, Vacina H1N1 & Cia.

Hermes C. Fernandes
Os Illuminati e a Maçonaria dominam o mundo e estão por trás da nova ordem mundial! A vacina contra a gripe suína é uma farsa e visa coibir o aumento da população mundial. Os americanos capturaram extraterrestres e os mantém vivos numa base secreta chamada Área 51. John Lennon foi assassinado pela CIAMichael Jackson foi vítima de conspiração da indústria fonográfica. A Xuxa fez pacto com o diabo. Estas são algumas das teorias de conspiração mais conhecidas em nossos dias.
Recentemente deparei-me com alguns artigos e vídeos sobre tais teorias. Algumas chegam a ser plausíveis, nos levando a refletir sobre muita coisa que temos visto na mídia em geral. Outras, porém, além de improváveis, revelam a criatividade mórbida de quem as inventa.
Não duvido de que muito daquilo que nos é contado nas aulas de história nada mais é do que a versão de quem venceu a guerra. Também não duvido que muitos dos dirigentes das nações não passem de marionetes nas mãos das elites. Creio que entre os famosos haja quem tenha feito pactos demoníacos para alcançar o sucesso. Enfim, tudo isso me parece factível, ainda que não seja provado.
O que me incomoda é que tem muita gente se deixando levar por uma onda de factóides conspiratórios, empreendendo uma verdadeira caça às bruxas. Em vez de se preocupar em construir uma sociedade mais justa e transparente, ficam a espreitar em busca de sinais que evidenciem alguma conspiração. Se a logomarca de uma empresa tem um forma geométrica triangular, logo é considerada satanista, simplesmente porque o triângulo lembra pirâmide, usada em cultos ocultistas. Se vêem um arco-íris, lá vêm as suspeitas de que tenha alguma ligação com a agenda gay. Isso acaba se tornando uma obsessão. Produtos são boicotados por sua pseudo-ligação com o ocultismo. Lendas urbanas são engendradas, como aquela que diz que o McDonald's patrocina o satanismo, ou que a chegada do homem à Lua foi uma farsa, ou que o Elvis ainda vive escondido em alguma ilha do Pacífico.
Pelo amor de Deus! Será que não percebem que isso atenta contra nossa saúde espiritual e emocional?
Não ouso negar que algumas de tais teorias não procedam. Porém isso não pode me distrair do foco. Tenho que prosseguir impulsionado pela certeza de que Deus tem o controle de tudo, inclusive das tentativas humanas ou satânicas de frustar Seus planos.
Tenho que acreditar que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, e que são chamados segundo o Seu propósito (Rm.8:28).
Esta era a certeza que norteava a igreja primitiva. Logo na primeira perseguição que sofrera, a igreja se reuniu e em oração declarou:
"Ó Soberano, tu fizeste o céu, a terra, o mar e tudo o que neles há! Tu falaste pelo Espírito Santo por boca do teu servo, nosso pai Davi: ‘Por que se enfurecem as nações, e os povos conspiram em vão? Os reis da terra se levantam, e os governantes se reúnem contra o Senhor e contra o seu Ungido’. De fato, Herodes e Pôncio Pilatos reuniram-se com os gentios e com os povos de Israel nesta cidade, para conspirar contra o teu santo servo Jesus, a quem ungiste. Fizeram o que o teu poder e a tua vontade haviam decidido de antemão que acontecesse. Agora, Senhor, considera as ameaças deles e capacita os teus servos para anunciarem a tua palavra corajosamente” (At.5:24-29).
Que há conspirações, certamente que há. Mas elas não nos podem demover de nosso propósito central. Há uma conspiração maior do que aquelas engendradas pelos poderosos deste mundo: a conspiração do Reino de Deus.
A passagem usada pelos cristãos primitivos nesta oração foi registrada originalmente no Salmo 2. Na continuidade do salmo, Davi relata a reação de Deus diante das conspirações dos poderosos:
“Do seu trono nos céus o Senhor põe-se a rir e caçoa deles” (Salmos 2:4).
Em outras palavras, Deus não os leva a sério. Se de fato há treze famílias na terra que detém o poder sobre os governos e instituições financeiras, por mais poderosos que sejam, Deus acha graça e caçoa deles. Nem os Illuminati, nem o Priorado de Sião, ou a fraternidade “Skull and Bones”, devem despertar em nós outra reação que não seja riso. Não passam de um monte de gente boba, estúpida, tentando assegurar seu poder no mundo, mas cujo destino já está selado (1 Co.2:6).
Lembre-se que Ele é quem “remove reis e estabelece reis” (Dn.2:21). Não vou gastar o resto da minha vida preocupado com quem será a besta do Apocalipse ou o Anticristo. Na mesma passagem em que João alerta a igreja sobre o espírito do Anticristo, ele ressalta: “Vós sois de Deus, e já o vencestes, porque maior é o que está em vós do que o que está no mundo” (1 Jo.4:4).
Mesmo a Besta do Apocalipse está submetida a autoridade do Rei dos reis. Por isso a Escritura afirma que o próprio Deus pôs no coração dos reis que a seguem “o realizarem o intento dele, concordando dar à besta o poder de reinar, até que se cumpram as palavras de Deus”(Ap.17:17). Isso nos traz segurança. Nosso Deus não é um fantoche nas mãos dos homens, tampouco é pego de surpresa por suas conspirações. Ele tem Sua própria Agenda!
Não sou eu quem vai perder tempo ouvindo discos rodando ao contrário atrás de mensagens subliminares.
Parem de ver o chifre do diabo em tudo e comecem a ver a providência divina conspirando pelo estebelecimento do Reino de Deus entre as nações.
Imagine se a igreja primitiva se negasse a usar as estradas construídas pelo Império Romano, alegando que aquilo era obra do diabo!
Custou anos até que os crentes permitissem que a TV entrasse em suas casas. Pregadores vociferavam de seus púlpitos, ameaçando os crentes com a perda da salvação, caso deixassem que o olho de Satanás entrasse em seus lares.
Tudo isso é meninisse, e se quisermos cumprir nossa missão temos que deixar as coisas de menino.
Sinceramente, acho que a maior cartada que o inimigo tem dado para coibir o avanço da igreja tem sido justamente esta: distrair-nos com suas teorias de conspiração.
Paulo recusou-se a se deixar distrair. A leitura que fazia dos fatos era sempre ressaltando a soberania de Deus e a maneira como as coisas se encaixavam para bem-suceder Seus propósitos eternos.
Imagine se Paulo pensasse como muitos crentes de nossos dias. Ele escreveria da prisão dizendo: Irmãos, o diabo é muito sujo. Olha o que ele fez comigo, usando aqueles judeus para me acusar injustamente, e pressionar os romanos a me prenderem. Tudo foi uma conspiração! Orem e denunciem para abrir os olhos dos outros irmãos.
Mas em vez disso, veja o que ele escreve de dentro da prisão:
“E quero, irmãos, que saibais que as coisas que me aconteceram contribuíram para maior avanço do evangelho. De maneira que as minhas cadeias, em Cristo, se tornaram conhecidas de toda a guarda pretoriada e de todos os demais. Muitos dos irmãos no Senhor, tomando ânimo com as minhas cadeias, ousam falar a palavra mais confiadamente, sem temor”(Fp.1:12-14).
Bem que Jesus advertiu que se nossos olhos fossem bons, tudo ao nosso redor seria luz. O que nos difere do incrédulo não é o fato de nos sucederem coisas boas, enquanto a eles somente coisas más. O que nos difere é a leitura que fazemos da realidade. Temos a certeza de que Deus orquestra todas as coisas, de maneira que, até as que são aparentemente ruins, se tornam revestidas de um novo significado, à medida que nos conduzem na direção da concretização dos propósitos divinos.
Os irmãos de José conspiraram contra ele, mas muito acima de seus planos mesquinhos estava a conspiração divina para elevá-lo ao segundo posto mais importante do Egito, e assim, ajudar a preservar a linhagem da qual viria o Filho de Deus (Gn.45:5-8).
Os presidentes e sátrapas da Babilônia conspiraram contra Daniel, armando um flagrante que forçaria o rei a lançá-lo na cova dos leões. Porém, acima de suas conspirações estava a conspiração divina para elevar ainda mais a Daniel naquele reino. O texto que relata este episódio termina dizendo: “Foi assim que Daniel prosperou no reinado de Dario, e no reinado de Ciro, o persa” (Dn.6:28).
Não sejamos ingênuos, mas também não sejamos obcecados. Mantenhamos nossos olhos fitos no autor e consumador de nossa fé, e não deixemos que nenhuma teoria de conspiração nos distraia do foco.
Em tempo, não me importo com quem está por trás das conspirações, mas com quem está acima de todas elas.

Hermes Fernandes é também culpado do que se faz aqui no Genizah


Leia Mais em: http://www.genizahvirtual.com/2010/07/teorias-da-conspiracao-illuminati.html#ixzz16wlxi6ci
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Reconstruindo o Daniel Mastral: antes tarde do que nunca


“Assim diz o SENHOR: Maldito o homem que confia no homem, e faz da carne o seu braço, e aparta o seu coração do SENHOR!” – Jr 17.5

Hoje tive uma agradável surpresa ao ler uma nova entrevista do escritor Daniel Mastral (nome fictício) ao site Guia-me, indicada na comunidade do orkut Filhos do Fogo do Mariel Marra, também conhecido como o Crítico.
Não está entendendo nada? Bom, senta que lá vem a história!
Daniel Mastral diz ter pertencido, no início de sua vida adulta, a um grupo satânico chamado Irmandade, que estaria planejando a subida do Anticristo ao poder. Entre magias contra os adversários, mega-sacrifícios, riqueza e poder, os satanistas também se empenhavam, na época, em contaminar as igrejas. Segundo o Mastral, algumas igrejas teriam sido criadas pelos próprios satanistas a fim de formar cristãos mornos, afinal se achar cristão não era o problema, o problema era o ser de verdade. Porém um dia o Mastral se converteu a Cristo, e a partir de então passou a escrever seus livros.
Os principais são a trilogia Filhos do Fogo I e II (sua história na Irmandade, leitura de terror proibida para menores de 18 anos), Guerreiros da Luz I e II (sua vida pós-conversão, cheia de perseguições por parte dos outros satanistas) e Voz do que clama I e II (sua vida missionária, quando passou a fazer os Seminários de vários níveis nas igrejas, que por sua vez se mostravam corruptas, não lhe pagando o devido). Porém há outros livros como Satanismo, Alerta Geral e Rastros do Oculto. Nesse último, o autor conta as intervenções satânicas desde o Antigo Egito até os dias de hoje e traz uma revelação satânica discutível: a de que haveria pessoas nascidas com um propósito especial, o de serem generais da batalha espiritual, e que essas pessoas tinham um “selo”, identificável pelos satanistas através de numerologia cabalística. Descoberta a pessoa, os satanistas passariam a interferir desde sua infância, a fim de enche-la de traumas e feridas que a aprisionariam e a incapacitariam de exercer seu ministério no futuro. Nos seminários, o Daniel Mastral dizia enxergar uma luz especial sobre os “selados” participantes do evento e esses eram chamados para receberem uma unção especial.
Quando de sua libertação do satanismo, Mastral foi ministrado pela Apóstola Neuza Itioka, do Ministério Ágape de Reconciliação. A expulsão de todos os demônios teria demorado uns 3 anos. A partir de então, Mastral passou a fazer seus seminários sob a cobertura espiritual de Neuza Itioka e do Apóstolo Jesher Cardoso da Missão Shekinah, outro ministério de libertação e cura interior. Regularmente indicava esses ministérios para quem buscasse solução para seus problemas e concordava plenamente com seus métodos, como a quebra de maldições hereditárias, como pode ser lido na resposta à pergunta 6 de uma entrevista anterior:
Daniel Mastral promoveu seminários em todo o Brasil, colecionando nesse interim milhares de fãs. Sim, essa é a palavra: fãs de seu ministério, pessoas que maravilhadas com a grandiosidade do seu testemunho se submetiam totalmente aos seus ensinamentos. Ainda hoje há seus defensores ferrenhos, e ai de quem disser uma palavra contra o ungido de Deus Mastral!
Com o surgimento do Orkut, um dos seus admiradores, Mariel Marra, fundou comunidades com o nome dos livros do autor para debater sobre batalha espiritual. O próprio Mariel foi ex-wicca, fez os cursos de libertação e cura interior da Neuza Itioka e acreditava naqueles ensinos, aliás como muitos de nós. Por conta das comunidades chegou a ser procurado pelo Mastral (conhecido por não conversar com ninguém nos seminários) e tudo ia bem, até que, movido pelas Escrituras, Mariel passou a questionar alguns ensinamentos do Mastral.
A gota d’água foi seu questionamento sobre se Mastral ou Itioka teriam provado, segundo 1 Jo 4.1, o anjo Mikhael, que constantemente aparecia ao Mastral, e que foi reconhecido como o arcanjo Miguel bíblico. Essa demonstração de “rebelião” (não de bereianismo, claro) foi suficiente para que o Mastral intimasse seus seguidores a se afastarem das comunidades do Mariel. Chegou-se a roubar a senha de administrador e excluir as comunidades sob o grito, por parte dos seguidores ferrenhos, de “caiu a Babilônia”, porém dias depois o Orkut restituiu as comunidades ao seu dono e os que gritavam se calaram e resolveram deixar o assunto ser esquecido com o tempo. A partir de então, Mariel Marra tornou-se uma voz apologética através de seu blog Ponto Crítico e de suas comunidades.
Pois bem. Anos se passaram, a Apóstola Neuza Itioka deixou de ser cobertura espiritual do Mastral e de sua esposa Isabela e hoje li a tal nova entrevista citada no primeiro parágrafo desse artigo. Alguns trechos interessantes:
“A igreja está doente, ferida, contaminada. Mergulhamos um evangelho místico, cheio de dogmas, rituais, receitas, que levam nada a lugar algum. Nos afastamos dos preceitos de Cristo: amor, unidade, oração, jejum. Jesus não ensinou aos seus discípulos demonologia, mapeamento espiritual. Não fez atos proféticos para restaurar Jerusalém, não fechou templos pagãos. Ele ensinava vida com o Pai. Oração, jejum, intercessão, unidade, amor. Antes que qualquer coisa é necessário restaurar a Noiva.”
“Em Ezequiel cap. 18 vemos claramente que não há maldição hereditária. Cristo levou maldição na Cruz. Nos esquecemos que nosso Deus é um Deus de bênção. Ele visita até 1000 vezes aqueles que fazem a sua vontade. Mas bênção e maldição depende de onde está seu coração.”
(sobre utilização de unção em chakras pelos ministérios de libertação):“Devemos olhar para Cristo. Há um ditado que diz que você é aquilo que come. Se você se alimenta da Palavra, terá uma vida espiritual sadia e o Espirito Santo te dará discernimento para todas as coisas. O que não agradar ao Pai, você saberá, pois entristecerá o Espírito que habita em sua vida.”
(sobre seus objetivos na atual batalha espiritual): “Resgatar valores de Cristo. Ensinamentos de Cristo. Restaurar a Noiva e prepará-la para Jesus. Promover a unidade, o amor. Estimular as vidas a terem vida com Deus de fato e não de fachada. O que Jesus fez em plena Batalha Espiritual que viveu na terra? Orava, ía ao deserto, orava, jejuava. Subia ao monte, orava. Não batia o pé no chão, não gritava, não fazia atos proféticos. Apenas buscava a face de Deus. Moisés fez isso, Josué fez isso, Pedro fez isso. Nós devemos fazer isso!”
É interessante a mudança de posicionamento de Daniel Mastral. A Ap. Neuza Itioka e cia. dão até curso de Atos Proféticos, tal a importância que dão ao assunto.
Ainda há muitas dúvidas a respeito do próprio testemunho do Daniel Mastral e sua relação com seus familiares, tidos por ele e sua esposa como pessoas que se tornaram suas inimigas, talvez pela revelação (ou revelamento) de que o autor fora gerado numa relação extra-conjugal de sua mãe com um importante satanista do “partido do foguinho” (que tem o fogo em seu logotipo), e sua família não aceite essa versão, ainda mais num livro que vendeu talvez milhões de cópias. Também até hoje falta ao Mastral pelo menos um pedido de desculpas ao Mariel por conta do roubo e exclusão de suas comunidades, ato que no início foi citado como pela “vontade de Deus”, mas que foi desfeita em poucos dias, mostrando-se apenas a simples e prepotente vontade de homens.
Independente de tudo isso, é bom ver que o autor pelo menos reviu alguns dos valores espirituais que defendia. Não sei se foi por revelação de Deus ou por ter perdido a cobertura espiritual de sua antiga tutora, mas de qualquer forma isso mostra a todos nós, e em especial a seus seguidores-cegos-ferrenhos, que não devemos confiar cegamente em nenhum ensino e em nenhum homem, por mais maravilhoso ou ungido que possa parecer. A verdade é e está apenas em Deus e na Sua Palavra.
Que essa nova entrevista do Mastral sirva, pelo menos, para tirar da prisão sem algemas (que são as teorias de libertação e cura interior de alguns ministérios) os incautos que se deixaram fascinar pelo testemunho maravilhoso do autor. A batalha espiritual não é privilégio de ex-satanistas: é a luta diária de todos os cristãos pela renovação das suas mentes em Cristo.
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Quebra de maldições Hereditárias?


Reconheço que existe uma maldição na vida de alguns crentes que devemos quebrar. E esta maldição é a “quebra de maldições hereditárias” propriamente dita. Algo que está impregnada em muitas igrejas pelo Brasil e pelo mundo afora.
Para abordar este tema, gostaria de colocar um pouco de minha vida para justificar que eu vivi esta realidade no passado. Portanto conheço bem os parâmetros colocados pelos defensores desta prática.
Eu me converti em uma igreja onde é praticado a quebra de maldições hereditárias, fui doutrinado com base nesta doutrina e durante alguns anos também preguei a mesma para muitas pessoas, até mesmo ministrei cultos de quebra de maldições hereditárias.
Mas eu sempre me questionei sobre a autenticidade desta doutrina, pois apesar de ter aprendido em minha igreja sobre a necessidade de se quebrar maldições hereditárias e também ministrar sobre isto, sempre quando me deparei com algumas passagens bíblicas eu ficava com muita dúvida. A bíblia diz que “nada podemos contra a verdade se não pela verdade” II Co 13:8. Portanto, não podemos ir contra a Bíblia jamais. Ela é a nossa única regra de fé e conduta. E a Bíblia estava me confrontando.
Um exemplo de passagem está em Romanos 14:12, onde diz: “Assim, pois, cada um de nós dará contas de si mesmo a Deus”. Como poderia alguém fazer quebra de maldições de antepassados se cada um de nós prestará contas de si mesmo á Deus?
Outra passagem que sempre me deixara preocupado é Romanos 8:1, diz: “Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus.” Como posso ter alguma condenação de maldição se estou em Cristo?
Mais uma passagem, 2 Co 5:17: “E assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura: as cousas antigas já passaram; eis que se fizeram novas”. Se estamos em Cristo e tudo se fez novo, as coisas antigas já passaram, como poderei ter maldições sobre a minha vida?
E o que dizer desta passagem: "E a vós outros, que estáveis mortos pelas vossas transgressões e pela incircuncisão da vossa carne, vos deu vida juntamente com ele, perdoando todos os nossos delitos; tendo cancelado o escrito de dívida que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando na Cruz." Cl 2:13-14
Diante destas e outras passagens que veremos a seguir, me deixou com uma dúvida muito grande, dúvida esta que me levou a pensar: Como que um crente que aceita JESUS como seu Senhor e Salvador pode se apropriar da nova vida no mesmo? Isto ocorreria gradativamente sendo necessária inclusive a quebra de maldições ou as maldições são quebradas automaticamente após a conversão, pois JESUS se fez maldição por nós?
Isto me levou a buscar um aprofundamento e buscar base teológica sobre esta doutrina, o resultado deste estudo e a conclusão que eu cheguei você verá a seguir.
O EVANGELHO DA MALDIÇÃO
Uma das distorções doutrinárias mais difundidas entre o povo de Deus ultimamente é o ensino das “maldições hereditárias”, conhecido também como “maldição de família ou “pecado de geração”. Estes conceitos circulam bastante através da televisão, rádio, literatura e seminários nas igrejas. Muitos líderes, ministérios e igrejas, antes sólidos e confiáveis, acabaram sucumbindo a mais esse ensino controvertido e importado dos Estados Unidos.
Os pregadores da maldição afirmam que se alguém tem algum problema relacionado com alcoolismo, pornografia, de­pressão, adultério, nervosismo, divórcio, diabete, câncer e muitos outros, é porque algum antepassado viveu aquela situação ou praticou aquele pecado e transmitiu tal pecado ou maldição a um descendente. A pessoa deve então orar a Deus a fim de que lhe seja revelado qual é a geração no passado que o está afetando. Uma vez que se saiba qual, pede-se perdão por aquele antepassado ou pela geração revelada e o problema estará resolvido, isto é, estará desfeita a maldição.
Marilyn Hickey, autora norte-americana e que já esteve várias vezes no Brasil em conferências da Adhonep (Associação de Homens de Negócios do Evangelho Pleno), promove constantemente este ensino. Note suas palavras:
Se você ou algum de seus ancestrais deu lugar ao diabo, sua família poderá estar sob a “Maldição Hereditária”, e esta se transmitirá a seus filhos. Não permita que sua descendência seja atingi­da pelo diabo através das maldições de geração. Os pecados dos pais podem passar de uma a outra geração, e assim consecutiva­mente. Há na sua família casos de câncer, pobreza, alcoolismo, alergia, doenças do coração, perturbações mentais e emocionais, abusos sexuais, obesidade, adultério’? Estas são algumas das características que fazem parte da maldição hereditária nas famílias. Contudo, elas podem ser quebradas!
Um dos textos bíblicos mais usados pelos pregadores da maldição hereditária para defender este ensino é Êxodo 20:4-6: “Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não as adorarás, nem lhes darás culto; porque eu sou o SENHOR teu Deus, Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem, e faço misericórdia até mil gerações daqueles que me amam e guardam os meus mandamentos”.
É preciso que se leve em consideração o assunto do texto aqui citado. De que trata, afinal, tal passagem? Alcoolismo, pornografia, depressão, ou problemas do gênero? É óbvio que não. O texto fala de idolatria e não oferece qualquer base para alguém afirmar que herdamos maldições espirituais de nossos antepassados em qualquer área das dificuldades humanas.
A narrativa do Antigo Testamento nos informa que sempre que a nação de Israel esteve num relacionamento de amor com Deus, ela não podia ser amaldiçoada. Vemos a prova disso em Números 23:7, 8, quando Balaque pediu a Balaão que amaldiçoasse a Israel. A resposta de Balaão aparece no versículo 23: “Pois contra Jacó não vale encantamento, nem adivinhação contra Israel”. Por outro lado, sempre que a nação quebrou a aliança de amor com Deus, ela ficou exposta a maldição, calamidades e cativeiro.
É verdade que os filhos que repetem os pecados de seus pais têm toda a possibilidade de colher o que seus pais colheram. Os pais que vivem no alcoolismo têm grande possibilidade de ter filhos alcoólatras. Os que vivem blasfemando, ou na imoralidade e vícios, estão estabelecendo um padrão de comportamento que, com grande probabilidade, será seguido por seus filhos, pois “aquilo que o homem semear, isso também ceifará” (Gl 6:7). Isso poderá suceder até que uma geração se arrependa, volte-se para Deus e entre num relacionamento de amor com ele através de Jesus Cristo. Cessou aí toda a maldição. Não deve ser esquecido também que o autor da maldição ou punição é Deus e que ela é a manifestação da sua ira. Note que, no final do versículo cinco do capítulo vinte de Êxodo, a Palavra de Deus declara que a maldição viria apenas sobre aqueles que aborrecem a Deus, algo que não se passa com o cristão.
A Bíblia ensina uma responsabilidade individual pelo pecado, como pode ser observado no livro do profeta Ezequiel:
“Veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: Que tendes vós, vós que, acerca da terra de Israel, proferis este provérbio, dizendo: Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos é que se embotaram? Tão certo como eu vivo, diz o SENHOR Deus, jamais direis este provérbio em Israel. Eis que todas as almas são minhas; como a alma do pai, também a alma do filho é minha; a alma que pecar, essa morrerá” (Ez 18:1-4). Seria o mesmo que afirmar nos dias atuais: os pais comeram chocolate e os dentes dos filhos criaram carie.
O capítulo 18 de Ezequiel dá a entender que havia se tornado um costume em Israel colocar a culpa dos fracassos pessoais nos antepassados ouem outros. Isso faz lembrar o que aconteceu no jardim do Éden, quando, por ocasião da Queda, o homem colocou a culpa na mulher e a mulher na serpente. Parece ser próprio do ser humano não admitir seus erros, buscando evasivas para não tratá-los de forma responsável à luz da Palavra de Deus. Infelizmente, alguns acham mais fácil culpar os antepassados do que enfrentar suas tentações.
O ensino da maldição de família mais escraviza do que liberta. Até crentes que há vários anos viviam alegres, evangelizando, servindo ao Senhor e dando frutos, agora estão preocupados, deprimidos, pensando que talvez as tentações, as dificuldades e lutas pelas quais estão passando sejam de fato reflexo de pecados ou do comportamento dos seus ancestrais. Não faz muito tempo, numa grande igreja pentecostal, um diácono, que havia participado de um desses seminários para quebra de maldições hereditárias, me procurou para aconselhamento. Tal irmão encontrava-se confuso e deprimido com as informações que recebera e queria saber o que a Bíblia tinha a dizer sobre tudo isso. Depois de uns dez minutos de conversa, ele respirou aliviado. Temos encontrado e ajudado a muitos outros em situações semelhantes pelos lugares por onde passamos, em diferentes partes do Brasil.
Ora, todo cristão é tentado, de uma forma ou de outra, uns mais, outros menos. Se um cristão enfrenta problemas em relação à pornografia, ao alcoolismo, ao adultério, à depressão ou a qualquer outro aspecto ligado às tentações, os métodos para vencer tais lutas devem ser bíblicos. O caminho para a vitória tem muito mais a ver com a doutrina da santificação, com o cultivo da vida espiritual através da oração, do jejum, da comunhão saudável numa determinada parte do Corpo de Cristo e do contato constante com a Palavra de Deus. O ensino da quebra de maldições hereditárias aparece como um atalho mágico e ilusório para substituir a doutrina da santificação, que é um processo indispensável a ser desenvolvido pelo Espírito Santo na vida do cristão, exigindo dele autodisciplina e perseverança na fé.
DOENÇA OU MALDIÇÃO?
Um outro aspecto incorreto desse ensino é confundir as doenças transmitidas por herança genética com maldições hereditárias espirituais. Isto pode ser observado nas declarações de Marilyn Híckey:
Será que você já observou uma família na qual todos os membros usam óculos? Desde o pai e a mãe até a criança menor, todos estão usando óculos, e geralmente os do tipo de lentes grossas. Essas pobres criaturas estão debaixo de uma maldição, e precisam ser libertas.
Não se pode construir uma doutrina em cima de uma observação, experiência ou somente porque uma família toda usa óculos! Existem muitas famílias em que apenas um ou outro membro usa óculos. O que aconteceu? Por que só alguns herdam a maldição e outros não? E se as doenças são maldições transmitidas de pais para filhos através dos genes (geneticamente), por que os pregadores dessa doutrina não quebram, por exemplo, a maldição da calvície, transmitida geneticamente? Até hoje não há notícia de que alguém tenha feito isso.
O Senhor Jesus nunca ensinou tal doutrina. Quando perguntado sobre o cego de nascença: “Mestre, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?”, ele respondeu: “Nem ele pecou, nem seus pais; mas foi para que se manifestem nele as obras de Deus” (Jo 9:2-3). Alguns usam este texto para afirmar que os discípulos acreditavam na maldição de família, procurando dar assim legitimidade a tal ensino. É preciso lembrar que os discípulos nem sempre estiveram certos no período de treinamento que passaram juntos a Jesus. Certa vez, em alto-mar, quando Cristo se aproximava, eles pensaram ser ele um fantasma (Mt 14:26). Felizmente, os discípulos estavam errados em suas conclusões, pois eram humanos, sujeitos a erros. É óbvio que não erraram quando falaram e escreveram inspirados pelo Espírito Santo. Quanto ao cego de nascença, Jesus destruiu qualquer superstição ou crença que os discípulos pudessem ter de que a cegueira fora provocada pelos pecados de seus antepassados, e o próprio Jesus nunca ensinou tal doutrina.
Tal ensino não encontrou espaço também nos escritos do apóstolo Paulo. Ao contrário, quando escreveu aos coríntios pela segunda vez, declarou com muita certeza: “E assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura: as cousas antigas já passaram; eis que se fizeram novas” (2 Co 5:17). Aos efésios, ele afirma: “Bendito o Deus e pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo” (Ef 1:3). Onde existe espaço para maldições na vida de um cristão diante de uma declaração como esta?
Paulo não se deixou prender ao passado. Quando escreveu aos crentes de Filipos, declarou: “Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma cousa faço: esquecendo-me das cousas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus (Fp.3:13, 14).
É importante observar a sugestão do apóstolo Paulo a Timóteo, quando lhe escreveu a primeira carta: “Não continues a beber somente água; usa um pouco de vinho, por causa do teu estômago e das tuas freqüentes enfermidades” (1 Tm 5:23). Paulo nunca insinuou que a enfermidade de Timóteo fosse uma maldição de seus antepassados, pois sabia que Timóteo vivia numa natureza afetada pela desobediência dos primeiros país (Adão e Eva). Apesar de o Reino de Deus estar entre nós, ele ainda não chegou à sua plenitude, pois até a criação geme, aguardando ser redimida do cativeiro da corrupção (Rm 8: 19-23). Paulo apenas sugeriu que Timóteo tomasse um pouco de vinho como um remédio para suas freqüentes enfermidades estomacais e não que fizesse a quebra das maldições hereditárias.
A CONVERSÃO É A SOLUÇÃO
Ensinar que um cristão tem que romper com maldições ou pactos dos antepassados pedindo perdão por eles é minimizar o poder de Deus na conversão. Isso está mais para o espiritismo ou mormonismo (com sua doutrina anti-bíblica do batismo pelos mortos) do que para o cristianismo. A Bíblia declara com muita ousadia: “Por isso também pode salvar totalmente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles” (Hb 7:25). O advérbio “totalmente” (panteles, no grego) tem o sentido de pleno, completo e para sempre. Jesus não salva em prestações, mas de uma vez por todas.
Marilyn Híckey chega a afirmar que: “Você pode decidir quanto ao destino exato da sua linhagem. Eles ou vão para Jesus, ou vão para o diabo”. Nada poderia estar mais longe da verdade. Quantos filhos há que hoje vivem uma vida cristã exemplar, são cheios do Espírito Santo, enquanto seus pais permanecem alheios ao Evangelho, rejeitando constantemente a palavra de salvação e até tentando dificultar-lhes a vida espiritual! Comigo também foi assim. Ai de mim se fosse esperar meu pai decidir sobre o meu futuro espiritual. Não sei onde estaria hoje.
É claro que os pais têm grande influência na formação espiritual dos filhos, mas o milagre da salvação é obra de Deus, e é pela graça que somos salvos (Ef 2:8, 9). É o Espírito Santo, o Consolador, quem convence o coração do pecado, da justiça e do juízo, como o próprio Senhor Jesus disse (Jo 16:7, 8). Paulo relatou aos gálatas que foi Deus quem lhe revelou seu Filho (Gl 1:15, 16). Assim, a salvação é uma revelação de Jesus Cristo em nossos corações, e não algo decidido somente pelos pais.
Observe o que aconteceu com os filhos de Samuel, um profeta de Deus e um homem íntegro, como pode ser observado em 1 Samuel 3:19 e 12:3. Apesar da integridade do pai, a Bíblia diz que seus filhos não andaram pelos caminhos dele:
“antes se inclinaram à avareza, e aceitaram subornos e perverteram o direito” (1 Sm 8:3).
Veja os reis de Israel e Judá. A narrativa do Antigo Testamento revela que muitos deles foram ímpios e tiveram filhos piedosos, enquanto outros foram piedosos e tiveram filhos ímpios. Eis alguns exemplos: Abias foi mau (1 Rs 15:3), mas seu filho Asa “fez o que era reto perante o SENHOR” (1 Rs 15:11). Jotão “fez o que era reto perante o SENHOR” (2 Rs.15:34), porém Acaz, seu filho, “não fez o que era reto perante o SENHOR” (2 Rs 16:2). Jeosafá agradou a Deus (2 Cr 17:1-4), enquanto Jeorão, seu filho, “fez o que era mau perante o SENHOR” (2 Cr 2 1:6). Assim, a seqüência de bondade ou maldade que deveria suceder na linhagem dos reis de Israel e Judá, de acordo com o que ensinam os pregadores da maldição de família simplesmente não aconteceu. A esses exemplos certamente não se poderia aplicar o provérbio: “Tal pai... tal filho”.
Inspirado pelo Espírito Santo, Paulo escreveu aos irmãos de Corinto, na sua primeira carta, uma palavra tremendamente elucidativa quanto a esta questão: “Ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas, nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o reino de Deus. Tais fostes alguns de vós; mas vós vos lavastes, mas fostes santificados, mas fostes justificados, em o nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus” (1 Co 6:9-11; leia também Gl.5:17-21).
Pode-se notar que Paulo não afirmou no versículo onze:
“Mas haveis quebrado as maldições hereditárias, mas haveis pedido perdão pelos pecados dos antepassados” ou algo similar. Não, de modo algum, este não é o seu pensamento. Paulo afirma que aqueles que estiveram presos nos pecados haviam sido lavados, haviam sido santificados e justificados, sem qualquer necessidade de quebrar maldições dos antepassados.
Cabem aqui algumas perguntas: Qual é a maior das maldições? Sem dúvida é estar fora de Cristo. Qual a maior das bênçãos? Certamente é o estarem Cristo. Como se elimina a maior das maldições? Introduzindo a maior das bênçãos.
Os pregadores da maldição hereditária não deveriam pedir perdão pelos pecados da décima, nona, oitava ou de qualquer outra geração, mas deveriam, sim, pedir perdão pelos pecados de Adão e Eva, pois se houve brecha, foi ali, na queda do jardim do Éden, onde as maldições tiveram início. Ali está a raiz do problema. Isso, sim, seria um trabalho perfeito e completo. O leitor já imaginou se funcionasse? De repente, ninguém mais precisaria trabalhar para ganhar o pão, a mulher não sofreria mais ao dar à luz e os espinhos desapareceriam da Terra. É claro que não funciona, pois tal ensino não tem base na Palavra de Deus.
TEXTOS MAL INTERPRETADOS
Espíritos Familiares
Para defender o ensino da maldição hereditária, seus pregadores usam a expressão “espíritos familiares”, tradução de Levítico 19:31 e de outras passagens na Bíblia em inglês do Rei Tiago (King James Version). Observe o comentário de Marilyn Hickey quanto a isso:
O que são “espíritos familiares”? São maus espíritos decaídos que se tornaram familiares numa família. Eles a seguem, com suas fraquezas — pecado físico, mental, emocional — por todo caminho, atacando e tentando cada membro seu naqueles aspectos, pois estão cientes de suas inclinações. “Marilyn, como é que você sabe disso?” Porque o Antigo Testamento fala acerca dos “espíritos familiares” (Versão King James).
Usando o mesmo argumento, um certo autor comenta:
Nas traduções em português, usamos as palavras necromantes, adivinhadores e feiticeiros. Mas em inglês usa-se o termo espíritos “familiares” e é esta a base bíblica que temos para demonstrar que estes espíritos de adivinhação, necromancia e feitiçaria passam de geração em geração. Há um acompanhamento, por parte destes demônios, sobre as famílias. E eles transmitem os mesmos vícios, comportamentos e atitudes de que temos falado.
Defender um ensino controvertido com base na tradução de uma Bíblia em inglês (Versão do Rei Tiago) é algo inaceitável à luz da hermenêutica e da exegese bíblica. É preciso ter em mente que a Bíblia Sagrada não foi escrita em inglês. Para se entender o texto bíblico, é necessário que se faça a tradução e interpretação com base na língua em que ele foi escrito. No caso do Antigo Testamento, o hebraico, e não o inglês. Ao afirmar: “Mas em inglês se usa o termo espíritos familiares, e é esta a base bíblica que temos para demonstrar que estes espíritos de adivinhação, necromancia e feitiçaria passam de geração em geração”, o autor demonstra exatamente o contrário: não ter base bíblica para tal ensino.
Robert L.Alden, Ph.D., professor do Velho Testamento no Seminário Teológico Batista Conservador de Denver, Estado do Cobrado, nos Estados Unidos, esclarece:
A palavra ‘ob (original hebraico) aparentemente se refere àqueles que consultavam os espíritos, pois 1 Samuel 28 descreve alguém assim em ação. Afamosa “feiticeira” de Endor é uma ‘ob. Ao povo de Deus foi ordenado ficar longe de tais ocultistas (Levítico 19:31). A punição por se envolver com tais “médiuns” era morte por apedrejamento (Levítico 20:27). Naturalmente ‘ob é incluída na lista de abominações semelhantes em Deuteronômio 18:10,11. Todas essas ocupações têm a ver com o ocultismo. Isaías desconsidera estes “necromantes” e sugere, pela sua escolha de palavras, que os sons dos espíritos assim emitidos não são nada mais do que ventriloquismo: “os necromantes e os adivinhos que chilreiam e murmuram” (Isaías 8:19).
É importante observar ainda que a Septuaginta (a versão grega do Antigo Testamento) emprega o termo eggastrímithoi (ventríloquo) para traduzir a palavra ‘ob de Levítico 19:31. A Bíblia informa em 1 Samuel 28:3 que Saul havia banido de Israel os adivinhos e os encantadores e não os espíritos familiares. Assim, a palavra hebraica ‘ob significa o “vaso” ou instrumento dos espíritos, portanto o médium ou necromante, conforme aparece na maioria das traduções da Bíblia, não oferecendo tal vocábulo base para quebra de maldições hereditárias na vida do cristão.
A crença de que a violência é provocada por espíritos familiares também não tem base bíblica. O apóstolo Paulo foi um homem violento. A Bíblia diz que“Saulo, porém, assolava a igreja, entrando pelas casas, e, arrastando homens e mulheres, encerrava-os no cárcere” (At 8:3). O apóstolo João, antes de se tornar o discípulo do amor, não hesitava em dar vazão à sua ira. Certa vez ele chegou a desejar que caísse fogo do céu para consumir os samaritanos que se recusaram a receber Jesus (Lc 9:52-54). Como abandonou Paulo sua violência e João deixou de ter um espírito ou temperamento vingativo? Sem dúvida, através da conversão e do viver com Cristo foi que eles foram transformados e libertos, e não através da quebra de maldição de família, algo que nunca fez parte de seus escritos.
ARVORE GENEALÓGICA
Embora haja quem sugira às pessoas para que desenhem árvores genealógicas a fim de facilitar a quebra das maldições, tal prática não encontra apoio na Bíblia. É verdade que encontramos genealogias nos Evangelhos de Mateus e de Lucas, as quais tinham a intenção de apresentar a linhagem de Jesus como o Messias de Israel. Não há, depois disso, em todo o Novo Testamento, preocupação com tal ensino. Ao contrário, o apóstolo Paulo até recomendou a Timóteo e a Tito que não se envolvessem com esse assunto (1 Tm 1:4 e Tt 3:9). Os mórmons, sim, na tentativa de resolver os problemas espirituais de seus falecidos através do batismo pelos mortos (uma prática antibíblíca), gastam muito tempo e dinheiro com genealogias, contrariando assim as Escrituras Sagradas.
Há os que dizem que devemos pedir perdão pelos pecados de P. C. Farias e de políticos acusados como corruptos. Outros estão sugerindo que, ao se encontrar uma pessoa negra na rua, deve-se chegar a ela e pedir perdão pelos pecados dos que promoveram a escravidão no Brasil. Há até aqueles que afirmam que os carros roubados no Brasil e levados ao Paraguai são uma maneira de Deus fazer os brasileiros pagarem aos paraguaios pelo mal que lhes fizeram em guerras passadas. Que absurdo!
Os que isto sugerem gostam de citar as orações de Esdras (capítulo nove), Neemias (capítulo nove) e Daniel (capítulo nove), em que eles fizeram confissão a Deus, citando os pecados de seus antepassados. Sabemos que as bênçãos do antigo pacto eram condicionadas à obediência do povo de Israel. Quando desobedecia, as maldições de Deus vinham sobre ele. Esdras, Neemias e Daniel de fato reconheceram o pecado de seus antepassados, mas pediram perdão pelos pecados do presente, da geração atual. Embora seja possível alguém sofrer as conseqüências dos pecados de terceiros, o mesmo não acontece com a culpa. A Palavra de Deus não culpa ninguém pelos pecados dos outros. A Bíblia em nenhum lugar ensina a interceder por quem já morreu, uma vez que após a morte segue-se o juízo, não oração ou pedido de perdão pelos mortos (Hb 9:27).
É preciso lembrar ainda que, à luz da Bíblia, ninguém pode se arrepender por outra pessoa. O arrependimento é algo pessoal, que se faz diante de Deus. A idéia de que “temos que até interceder, pedir perdão por pecados que aqueles antepassados cometeram, e quebrar os pactos que fizeram”, contradiz a Palavra de Deus, que afirma: “Assim, pois, cada um de nós dará contas de si mesmo a Deus” (Rm 14:12).
PROVÉRBIOS 26:2
Eis aqui outro texto freqüentemente mal usado pelos pregadores da maldição de família. Allen P Ross comenta que era comum acreditar que as bênçãos e as maldições tinham existência objetiva — uma vez proferidas, produziam efeito. Ele acrescenta: “As Escrituras esclarecem que o poder de amaldiçoar e de abençoar depende do poder daquele que está por trás dele (por exemplo, Balaão não pôde amaldiçoar o que Deus havia abençoado; Nm 22:38 e 23:8). Este provérbio realça a correção da superstição. A Palavra do Senhor é poderosa porque é a Palavra do Senhor — ele a cumprirá”. Nota-se então que não existe base para se usar tal texto a fim de defender a transferência de maldições de geração em geração.
MALDIÇÃO DE NOMES PRÓPRIOS
É o que ensina o livro Bênção e Maldição quando afirma:
A verdade é que há nomes próprios que estão carregados de maldição —já trazem prognóstico negativo (...) Por isso não convém dar aos nossos filhos nomes que tenham conotação negativa, que expressem derrota, tristeza, dureza: Maria das Dores, Mara (amargura), Dolores (dor e pesar), Adriana (deusa das trevas), Cláudio (coxo, aleijado), Piedade, Aparecida (sem origem, que não se sabe de onde veio).
Este é mais um ensino que vem acrescentar cargas desnecessárias sobre os crentes que passam a acreditar nele. Existem muitas pessoas hoje vivendo preocupadas devido ao nome que receberam ao nascer, algo sobre o que não tiveram controle e nem escolha. E, de novo, não há base bíblica para isso.
É verdade que há na Bíblia alguns nomes de pessoas que corresponderam às suas personalidades e às circunstâncias em que viveram. O próprio Deus mudou o nome de Abrão para Abraão, que significa “pai de uma grande multidão”. (“A mudança de Abrão para Abraão teve por fim reforçar a raiz da segunda sílaba para dar maior ênfase à idéia de exaltação”, J. D. Davis, Dicionário da Bíblia, p. 11.) O nome de Jacó foi ligado à “usurpador”, e ele assim se comportou por um bom período de sua vida (ver estudo "falácia da maldição nos nomes") , O legislador de Israel recebeu o nome de Moisés por que foi salvo das águas. Contudo, não se pode criar uma regra baseada em tais exemplos pelas razões que veremos em seguida.
A Bíblia está cheia de exemplos de pessoas ímpias com nomes de bons significados, enquanto outras são boas, mas com nomes de significados nada recomendáveis. Veja o caso de Abias, que quer dizer “Jeová é pai”, filho de Samuel, um homem de Deus. Apesar de ter um bom nome e um bom pai, a Bíblia diz que ele não andou nos caminhos de Samuel e se corrompeu (1 Sm 8:3).
Já Absalão quer dizer “pai da paz”. Embora tendo um nome tão pacífico, ele tentou usurpar o trono de seu pai Davi, teve uma vida turbulenta e morreu de forma trágica (2 Sm.3:3; 13-19).
Daniel e seus amigos tiveram os nomes mudados pelo rei de Babilônia (Dn 1:7). Mesmo depois de receberem nomes ligados a deuses pagãos, isso não impediu que desfrutassem da bênção de Deus e permanecessem firmes na féem Jeová. Logo, pode-se notar que o nome não influiu em nada.
Judas quer dizer “louvor”, um significado muito piedoso, mas isso não impediu que ele traísse o Senhor (Mt 26:48,49). Por outro lado, um outro Judas foi fiel e deixou uma carta escrita no Novo Testamento.
Bar-Jesus é um nome fantástico, que quer dizer “filho de Jesus”. Apesar do nome, ele era um mágico, um falso profeta, e resistiu a Paulo quando este pregava ao procônsul Sérgio Paulo (At 13). Apenas o nome não faz o homem. Se fizesse, as prisões no Brasil não estariam cheias de presidiários chamados de Abel, Moisés, Isaías, Daniel, Pedro, Lucas, Paulo e outros nomes bíblicos.
Há também homens e mulheres na Bíblia que serviram a Deus fielmente e foram vencedores na fé cristã, apesar dos nomes que tiveram com significados nada recomendáveis.
Apolo foi um homem de Deus, poderoso nas Escrituras (At 18:24-28), mas seu nome significa “destruidor”.
Hermes é um dos irmãos a quem Paulo envia saudações cristãs (Rm 16:14), porém seu nome é de um deus mitológico.
O interessante é que Paulo nunca instruiu esses irmãos para que fizessem oração de renúncia pelos nomes que possuíam, pois eles terão um novo nome no céu (Ap 2:17).
Alguns crentes até dão testemunho em público depois de pensar que foram bem-sucedidos ao amaldiçoar uma pessoa, uma empresa ou organização. Contam, por exemplo, que por não terem sido bem servidos num restaurante, o amaldiçoaram e o restaurante faliu. A Bíblia, porém, ensina que o cristão não deve amaldiçoar, mas, sim, abençoar. Ouçamos o conselho de Paulo: “Abençoai, e não amaldiçoeis” (Rm 12:14).
Alguns têm dito que a quebra das maldições hereditárias é bíblica, já que deu certo ou funcionou para um ou outro. O fato de ter dado certo não quer dizer que seja bíblica. Há muita coisa que funciona no espiritismo, na umbanda e na Ciência Cristã que nem por isso é bíblica. Geralmente, as distorções no seio da Igreja são muitas vezes baseadas apenas nas experiências, no subjetivo. Ora, não importa quão maravilhosa tenha sido a experiência; se ela contradiz as Escrituras e não tem base na Palavra de Deus, deve ser rejeitada, prevalecendo somente a Bíblia Sagrada, única regra de fé e prática para o cristão.
Para maiores informações, veja o estudo:

PODE UM CRISTÃO TER DEMÔNIOS?
Um dos temas mais polêmicos que a batalha espiritual tem gerado é se um cristão pode ter demônios. Muitos ministérios de libertação incluíram algum ritual para expulsar demônios de crentes em seus programas e isso tem acontecido em simpósios de batalha espiritual em muitas igrejas. Alguns teólogos também passaram, nos últimos anos, a aderir a tal posição e muitos deles reconhecem que o assunto é controvertido. De qualquer forma, a Bíblia Sagrada tem a palavra final sobre esta questão ou sobre qualquer outro assunto relacionado com a vida espiritual e o cristão.
Merrill F. Unger, um autor lido e seguido por várias pessoas que hoje desenvolvem ministérios de libertação espiritual no Brasil, reconhece a dificuldade de se tratar do assunto, ao declarar: A verdade da questão é que as Escrituras em nenhum lugar declaram que um verdadeiro crente não pode ser invadido por Satanás ou seus demônios. Naturalmente, a doutrina deve sempre ter precedência sobre a experiência. Nem pode a experiência jamais oferecer base para a interpretação bíblica. Apesar disso, se experiências consistentes chocam com uma interpretação, a única conclusão possível é de que há alguma coisa errada, ou com a própria experiência ou com a interpretação da Escritura que vai contra ela. Certamente a Palavra inspirada de Deus nunca contradiz a experiência válida. Aquele que procura a verdade com sinceridade deve estar preparado para consertar sua interpretação a fim de traze-la em conformidade com os fatos como eles são.
Unger já ensinou e escreveu, no passado, que somente os incrédulos estão sujeitos a endemoninhamento ou possessão demoníaca. Mais tarde ele mudou de idéia, e diz por que:
Em Biblical Demonology (Demonologia Bíblica), publicado primeiramente em1952, a posição tomada era de que somente os incrédulos são expostos ao endemoninhamento. Mas, através dos anos, várias cartas e relatórios de casos de invasão demoníaca de crentes têm chegado a mim de missionários em várias partes do mundo. Como resultado, em meu estudo sobre a explosão atual do ocultismo intitulado Demons in the World Today (Demônios no Mundo de Hoje), que apareceu em 1971, a confissão é feita livre­mente de que a posição tomada no Biblical Demonology (Demonologia Bíblica) “foi assim entendida, pois a Escritura não resolve claramente a questão”.
Há alguns problemas com as declarações de Unger. Primeiro, ele diz que a Bíblia não afirma com clareza que um cristão não pode ser invadido por demônios. Ora, se a Bíblia não diz isso com clareza (o que não é verdade), como pode alguém então afirmar e ensinar sobre aquilo que não está claro na Palavra de Deus? Seria o mesmo que tentar ensinar escrever sobre o sexo dos anjos quando a Bíblia nada fala a questão. Se a Bíblia não é clara sobre a possessão de crentes, como pode alguém desenvolver então, biblicamente, uma prática de expulsar demônios de crentes? Simplesmente impossível.
Pode-se perceber também que Unger, que no passado ensinava que crentes não podiam ficar possessos, depois mudou de posição. A mudança veio não pela avaliação bíblica, mas, como ele mesmo conta, através de cartas e relatórios de missionários baseados em experiências dos campos de missões. Mas Unger não está só ao basear a possessão de crentes em experiências e não na Bíblia. Veja a opinião de Bill Subbritzky sobre o assunto: “Pode um cristão ter demônios? A resposta é enfaticamente sim! Se você tem sido informado de que isso não acontece, continue lendo e deixe o Espírito Santo guiá-lo nesta questão. Estou ciente do muito que se tem ensinado a respeito de os cristãos não poderem ter demônios. Contudo, através de minha experiência no ministério há quatorze anos, constatei que tal opinião é totalmente incorreta”.
Uma autora no Brasil demonstra ter também opinião semelhante ao declarar:
Muitos defendem que, uma vez que o crente é habitação do Espírito (1 Coríntios 6:19), torna-se impossível um demônio habitar onde o Espírito habita (...) o fato de o nosso corpo ter-se tornado o templo do Espírito Santo não quer dizer que jamais poderá ser ocupado por maus espíritos. Não deveria, mas é possível (...) Todos quantos se envolvem no ministério de libertação testemunham a manifestação de demônios em cristãos.
Certa líder na área da batalha espiritual segue a mesma linha desses autores e conclui:
Se partirmos do pressuposto de que os crentes não podem ter demônios ou não podem ficar endemoninhados, corremos o risco de deixar muitos crentes opressos dentro da igreja, vivendo uma vida de grande prisão, mornidão, com uma dificuldade tremenda para crescer. Afinal, o inimigo deseja uma vida cristã medíocre. E aqui é preciso esclarecer a questão da terminologia usada. De acordo com dezenas de estudiosos do grego, daimonozomenai significa “ter demônios” e é melhor traduzido pela palavra “endemoninhado”, nunca possesso, pois no Novo Testamento não vemos o uso do termo (...) Endemoninhado tem um significado lato, indicando o estado da pessoa que tenha um demônio ou até muitos demônios perturbando ou oprimindo sua vida. Quanto ao local onde ele fica, não é o mais importante. Ele pode ficar no corpo, fora do corpo, na alma da pessoa.”(Neuza Etioka).
Dois outros autores norte-americanos, John e Paula Sanford, acrescentam também:
Há aqueles que crêem que o cristão cheio do Espírito Santo não pode ser ocupado pelo poder demoníaco. Temos descoberto que isto não é um fato histórico, ainda que a teologia diga que o Espírito Santo e os demônios não podem habitar a mesma área. E o que tem acontecido. Temos expulsado demônios de centenas de crentes cheios do Espírito Santo, alguns deles não apenas cheios do Espírito Santo, mas poderosos servos do Senhor! Como isso acontece eu não posso explicar, mas tem sido para nós um fato incontestável de muitos anos de experiência exaustiva.’
Este é o segundo problema de Unger e é também o problema dos demais autores aqui mencionados: experiência, experiência, experiência. Na última citação, os autores até informam que nem sabem explicar como pode acontecer a expulsão de demônios de crentes, mas continuam levando tal prática adiante.
CRENTES NÃO FICAM POSSESSOS
Não creio na possessão demoníaca em crentes, pelas seguintes razões bíblicas:
1o - razão: o crente é santuário do Espírito Santo. “Acaso não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por preço. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo.” (1 Co 6:19, 20.)
O Espírito Santo não é um visitante esporádico na vida do crente. É morador definitivo, e não se ausenta de sua morada.
Paulo garante que não há possibilidade de convivência entre Cristo (Rm 8:9) e o maligno (Ef 2:2.) “Que harmonia entre Cristo e o maligno?” (2 Co 6:15.)
2o - razão: o Espírito Santo é zeloso pelo seu santuário. “Ou supondes que em vão afirma a Escritura: Ë com ciúme que por nós anseia o Espírito, que ele fez habitar em nós?” (Tg 4:5.).
O Espírito Santo é a pessoa da trindade santa para a qual Jesus mais reivindicou o nosso cuidado na análise de fatos ou no evitar de palavras precipitadas. “Por isso vos declaro: Todo pecado e blasfêmia serão perdoados aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito Santo não será perdoada. Se alguém proferir alguma palavra contra o Filho do homem, ser-lhe-á isso perdoado; mas se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será isso perdoado, nem neste mundo nem no porvir.” (Mt 12:31, 32.)
Atribuir as obras de Jesus ao poder de Belzebu, o maioral dos demônios, já era pecado e blasfêmia contra o Espírito Santo, que estava sobre Jesus (Lc 4:18, 19), pois o Espírito Santo não pode ser veículo usado por Satanás. Diante de tal santidade e zelo será possível admitirmos que o Espírito Santo permitiria a entrada de força maligna em seu santuário? Louvado seja o seu nome porque ele não permite.
3o - razão: o crente é propriedade de Deus. É maravilhosa a declaração, de Paulo em Efésios 1:13, 14: “Em quem também vós, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, fostes selados com o Santo Espírito da promessa; o qual é o penhor da nossa herança até ao resgate da sua propriedade, em louvor da sua glória.” No verso 14, os crentes são chamados de “propriedade de Deus”. O sublime de tudo isto é que o Espírito Santo é o “penhor” da nossa ressurreição futura, ou seja, a garantia de que não estamos órfãos (Jo 14:18) e de que seremos transformados na ressurreição (1 Co 15:52.). A presença do Espírito Santo em nós é a garantia de que somos propriedade de Deus.
“Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.” (1 Pe 2:9.)
A propriedade é exclusiva. Essa “propriedade” não será loteada e vendida ao diabo.
4o - razão: Jesus é o valente que tomou posse da propriedade.
“Quando o valente, bem armado, guarda a sua própria casa, ficam em segurança todos os seus bens. Sobrevindo, porém, um mais valente do que ele vence-o, tira-lhe a armadura em que confiava e lhe divide os despojos. (Lc 11:21, 22.)”.
O Senhor Jesus veio ao mundo “para destruir as obras do diabo.” (1 Jo 3:8.)
Jesus me fascinou pela sua valentia e coragem diante da cruz. Essa valentia é a mesma no que diz respeito a guardar os seus filhos das investidas do diabo na tentativa de possuí-los.
Jesus é o Senhor absoluto de sua casa (1 Pe 2:5) e de seu tabernáculo (2 Co 5:1), que são os nossos corpos.
5o - razão: O Espírito Santo intercede pelos crentes em suas fraquezas.
“Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira com gemidos inexprimíveis.” (Rm 8:26.)
É porque o Espírito Santo perscruta até mesmo as profundezas de Deus que Ele pode interceder por nós de acordo com a vontade perfeita do profundo e humanamente insondável coração de Deus. “Porque, qual dos homens sabe as cousas do homem, senão o seu próprio espírito que nele está? Assim também as cousas de Deus ninguém as conhece, senão o Espírito de Deus.” (1 Co 2:11.)
Davi invocava o Espírito Santo para ajudá-lo a viver na perfeita vontade de Deus. “Ensina-me a fazer a tua vontade, pois tu és o meu Deus; guie-me o teu bom Espírito por terreno plano”.(Sl. 143:10.)!
O cristão não é um super-homem, mas é superprotegido graças à intercessão do Espírito Santo nas horas de maior fraqueza e necessidade.
6ª - razão: O imutável amor de Cristo garante a segurança.
“Em todas estas cousas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou. Porque eu estou bem certo de que nem morte, nem vida, nem anjos, nem principados, nem cousas do presente, nem do porvir, nem poderes, nem altura, nem profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor.” (Rm 8:37-39.)
O que nos dá segurança é o fato de o amor ser o de Cristo Jesus. Seu amor é sublime e leal, “é forte como a morte” (Ct 8:6) e a sua fidelidade está para além da fidelidade do crente, porque “se somos infiéis, ele permanece fiel, pois de maneira nenhuma pode negar-se a si mesmo”. (2 Tm 2:13.)
“Bem-aventurado o homem que confia no amor de Cristo por sua vida”. A promessa para ele é: “O Senhor é quem te guarda; o Senhor é a tua sombra à tua direita. De dia não te molestará o sol, nem de noite a lua, O Senhor te guardará de todo o mal; guardará a tua alma. O Senhor guardará a tua saída e a tua entrada, desde agora e para sempre.” (Sl 121:5-7.)
O crente jamais será esquecido pelo amado Senhor Jesus, pois o seu nome está nas palmas de Sua mão. “Acaso pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama, de sorte que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta viesse a se esquecer dele, eu, todavia, não me esquecerei de ti. Eis que nas palmas das minhas mãos te gravei; os teus muros estão continuamente perante mim.”(Is 49:15, 16.)
O crente pode reivindicar todas as promessas da Palavra de Deus,“Porque quantas são as promessas de Deus tantas têm nele o sim; porquanto também por ele é o amém para a glória de Deus, por nosso intermédio” (2 Co 1:20.)
Um filho de Deus jamais ficará possesso por espíritos malignos. Esta é a confiança.
Fonte: http://www.cacp.org.br/jornalquebra.htm

Portanto, esta é a minha conclusão. A palavra de Deus é "luz para os meus caminhos", conheci a verdade e a mesma me libertou (Jo 8:32). Paguei um preço alto para consertar este erro, mas jamais poderia continuar a pregar algo que vai contra a Biblia. Hoje Deus está honrando a minha vida com um ministério novo e verdadeiro. Obrigado Senhor!
Graça e Paz!
Pr. Ruy Marinho
Agradecimentos: CACP (Centro Apologético Cristão de Pesquisas)http://www.cacp.org.br/